quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

Refúgio

Me livro para dentro do livro.
Nele, estão privados os direitos públicos
que trazem o equilíbrio para o mundo
e não deixam ninguém no puro vazio.

Somente os olhos os podem ver;
Mas tem tanta gente cega...

Somente as mãos os podem tocar;
Mas tem tanta gente quadrúpede..

Somente a boca o pode ler;
Mas tem tanta gente muda pro que quer dizer...

Somente a mente pode escolher...
Mas tem tanta gente, tanta gente,
que a mente deixa outros escolherem...

Entretanto, no entento,

Me livro para dentro do livro.
Lá não existe gente
e sim, um mundo de palavras
onde encontro todo humano vivo.
Edelvan Menezes

quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

Questão

Quem é você em você?
Mil sonhos se passaram
e você nem vê...

vive vivendo a vida...
mas não aceita a sorte,
reclama da morte,
e, empalhado, se faz notícia...

a pergunta é simples:
quem é você em você?
Se mostre oculto à luz escura,
em frequências de ondas absurdas
que sua mente nem sequer capita...
vai querer saber...

aos poucos a inundação do medo,
misturado com o exagero,
vai examinar sua vida...
E sem cor ou ferida,
entranha na carne maldita,
se alastra por toda parte
procurando, enfim, saber verdade:
Quem é você em você?"

Edelvan Menezes.

Três tiros

Desistência

Penitencia

Existência

domingo, 27 de novembro de 2011

A sala

Se possui a chave

Não me tire

Entre e feche.

Edelvan Menezes

Nosso tempo

A Noite sussurra na sua boca

-Vem, me leva, me use a toa...

De oca  eco só o arrepio do silêncio

Em gritos e gemidos esparramados de momentos

Alçados e laçados nos teus braços

A minha noite chama a tua

Na boca que te sussurra

Um prazer que nosso corpo assuma

Edelvan Menezes

Simples

Minha noite

Dentro do seu dia

Deitado em sua vida

Se levantando da minha morte

Edelvan Menezes

Vida

Criar a alma

Nascer a alma

Crescer a alma

Mover a alma

Vender a alma

Parar a alma

Dormir a alma

Morrer o corpo

Edelvan Menezes

Devaneio


Em carnes entrelaçadas de harmonia e suor,

a musica soa como noite de chuva

Fria..quente..acochegante no colo do sabor

E eu, acordando para o sono do sonho que por fim

A realidade engole saboreando cada pedaço.

Edelvan Menezes

sábado, 12 de novembro de 2011

Capital de giro

No mistério do mundo dormindo
Pessoas acordam assustadas com o dia
Passam a não mais sonhar
E saem para suas vidas aventuradas.

Um dia de trabalho inútil
Um passo atras do futuro
E meras campainhas que tocam
Ao chegar no fim da manhã.

No almoço, carne fraca
Alimentam-se das visões
Salada de pensamentos
E um gole de sangue.

Mostram serviço a tarde toda
Monstros que comandam a maquina a toa
Maquinas que respiram
E contam seus desvairos.

Em fim de tarde sem promessa de fim
Começam a guardar suas forças
E inventam um caminho para casa
Querendo apenas no dia seguinte
Um pouco mais de sonho.

sexta-feira, 28 de outubro de 2011

Dispersão

Voltei.
E sem clareza e nem distinção
Vejo e revejo a exatidão
que a vontade se seduz.

Fui embora por que os por quês esgotaram-se
Na demora, o filho a casa vai embora
Como a onda que quando bate no corpo
Te leva para um mar de placebos e soluções.

Vem

Venha ver a entoada da vontade de ficar calado.
As palavras são surdas, menos cegas
e em que cruza em tantas mazelas essa tenda
tenta vender o largo cansaço.

Mas infelizmente não posso ficar
O aqui já me expulsou de lá
Com medo de se encontrar
Com a fome de nunca esperar.

A espera sem esperança reduz a ignorância.
E não me venha com ideias iguais
Tal senhor já cuidou dos jornais
Que por copias, entrega a cada porta.

Por educação, me exalto
Criar horas e horas sem espalmo
Tentando fazer de tudo uma aurora
Bem na hora de dizer
Vou embora.

(Edelvan Menezes)

quarta-feira, 5 de outubro de 2011

Pátria (Des)amada

Retorno o sentimento em lances socialistas
Todos em larga escala de ferrugem
Na obra de uma noite assassina
Recolho os cacos do caos

E no tempo do moinho amaral
Girava-se grandes águas em carnaval
Aparando cada gota em uma mão macia
Gotas de outra noite turgida

Politica de merda que governa os dois átrios
Faz-se batidas em aceleração e disparo
Diante de perguntas indiscretas
--Não vê? olhas a nossa conversa...

E como, sem se importar com tamanha lucidez
Não olha os dois lados de uma vez
Em contra-ponto de armadilha de tontos
Os governantes do socialismo são sonhos

Pois em cada mulher encomendada de cuidar desse país
Não soube administrar tal geratriz
E como louco és, sendo infeliz
Toma de conta todo doce e ainda pede biz

Olha o povo, governanta
Não se porte como as outras antas
Que ao se ver em desvairos
Se pôs em tal amasso
Que não aguentou o laço
E se partiu em tanto cansaço

Aumente o volume, puxem as carroças
Escute todos as vezes que ouvir "Insônia"
Puxe quando se sentir tonta
Carregue em tantos vestidos o branco que te limpa

Quando estiver no fim do seu holocausto
Não se mate no meio da chuva
Nem olhe com tanta ternura
Pois seu governo, exige muita loucura
Tanta, que ao final do dia, não dorme
E nem se cura.

quinta-feira, 29 de setembro de 2011

O comerciante

Vendo um sonho
Não por dinheiro, nem por luxuria
Nem por favores nem por frescuras
Vendo por coisas simples e felizes
Vendo por meras noites livres

Vendo um sonho
E não quero tais trocas bestas
Vendo por um beijo
Vendo por um sorriso de menina
Vendo por um objeto abstrato
Vendo por um momento de amasso

E vendo os meus sonhos por tristezas
Aquelas, que nos fazem viver besteiras
Vendo por ódio
Vendo por coisas más
Menos por hipocrisia

Vendo um sonho que não vale muito
Que apareceu em uma noite
E se foi em um dia
Como qualquer ferida
Que cicatriza com uma cura

Vendo meus sonhos por coisas reais
Não quero simples mortais
Desejo vende-los por coisas que ninguém sem importa
Como um passarinho voando na porta
E o assobio de um canário a vista

Vendo por Acasos
Vendo por beijos e abraços
E não quero retorno
Vendo e não volto mais a sonha-lo

quarta-feira, 28 de setembro de 2011

Cidadão sem Documento

Antes de nascer, eu já tinha morrido
Numa agonizante noite de sorriso
Em uma festa de nenhuma gente
Em um consultorio de medico doente

Antes de crescer, eu já tinha envelhecido
Vi as rugas em minha pele num olhar liso
Senti minha voz engrossar num toque fino
olhei meus olhos cegos de adivinho

Antes de namorar eu já tinha me separado
Marquei um encontro atrasado
Corri em curtos passos
E com vontade, eu ja estava cansado

E antes de trabalhar, eu ja fui demitido
Até por que, quem agrada, não é bem vindo
E sem razão, a logica existe
E sem dinheiro, gasto tolices

Antes de voltar, eu ja tava indo
Me atrasei, e cheguei bem cedo
Não percebi, mas no meu caso
Sou um mais um cidadão sem documento

E antes de fumar eu já tragava
E antes de beber, eu já mijava
E antes de acordar, eu já dormia
E antes de você chegar, eu já partia

Com vontade, de desgosto eu fazia
Na minha vida, uma morte ocorria
E na minha frente, de costas o corpo estava
Era um cara legal, mais sempre incomodava

Antes de voltar, eu ja tava indo
Me atrasei, e cheguei bem cedo
Não percebi, mas no meu caso
Sou um mais um cidadão sem documento

E antes de me separar, outro amor surgia
Perfurou meu corpo curando minhas feridas
Beijou-me sem tocar os lábios
Gemeu sem dar nenhum chiado

Antes de envelhecer eu já tinha crescido
Sem bem enlouquecer, fugi do hospício
Sem nem me conhecer, me privei dos vícios
E antes de ser livre, já fui detido

E antes de morrer, eu já tinha nascido
Numa noite escura onde o sol batia doido
Numa cama dura onde tudo estava amolecido
E entrava na terra morto, saindo do ventre vivo

Antes de voltar, eu ja tava indo
Me atrasei, e cheguei bem cedo
Não percebi, mas no meu caso
Sou um mais um cidadão sem documento
Edelvan Menezes

domingo, 18 de setembro de 2011

Pura poesia

Como é bela tuas palavras nuas
Sobre as mãos quentes na sua nuca
Sílaba por sílaba num compasso solto
Arrepio por arrepio, num sentido torto

Acalmo-me, horas sem impasse
Vejo com a boca suas linhas e frases
E aproveito o som da sua pele
Pra esquentar mais ainda essa febre

Que horas...
Lendo um corpo complexo
Em simples pensamentos desconexos
Viajo em sensações de outrora

E cabe a isso tudo torna-se junto
Em movimentos de alegria
Que é pura poesia
Em desejos de dois loucos

Vem, e faça desse quadrado os nossos sentidos
Faça dessa ideia uma volta com muitos giros
E não desça das nuvens, sem antes sentir seu toque macio

Acabo com outros pensamentos
Que nada mais justo, são seus
Que nada mais claro, são meus
Que nada mais real, são nossos.

domingo, 11 de setembro de 2011

Abrigo da noite

A luz da lua que ilumina nosso lugar
Passou...
E entre fases de impasses, digo as frases do meu amor
Minguante, dançante, alucina os amantes

flor da noite, deixe suas pétalas claras
Pois a escuridão em ti que exala
O perfume que deixa nós, o fundo do nada
Aproveita o momento de visão fechada

Mais não esqueço, que tudo que vejo, e a tal amada
De virada, que caem em em estradas duras de alegria
E viver, sabendo que depois de algum dia, o viver da minha vida
Se desfaz do nada

Luz da lua de lugar fechado
Sobre salto de um comunicado
Esquece que, sobre os olhares do amado
Estão todos os caminhos perdidos

Ô pensamento perdido
Que de tanto amigo, falhou na agonia
Mereceu o que não fez, por aprender de vez
Que não deve ter sabedoria

Mas não se iluda a tal meninice
Segure os medos
Cure os devaneios
E seja lá o que Deus duvida

domingo, 4 de setembro de 2011

Les femmes, les désirs et les rêves ...

A tarde, sentado, do lado
Em cima de nós a sombra do telhado
O sol espionava com um olhar amarelo
Todo a nossa loucura ao vento

A espera não demorou
Peguei uma flor e disse de dia "Noite!"
Peguei sua noite e disse "Dia!"
Mergulhei tudo no mar da alegria

Como fervia teus lábios maduros
Sujos de prazer com sabor de delícia
Limpos de aflição
Em sua mente, pouca exatidão

Mas em sua mente, a imprecisão, a distorção
Mente quando se diz não
Mente na maior perdição
Mente que a mente falha em vão

Pensamentos sinceros, mentiras discretas
Caíram feito chumbo em água maciça
Feche os olhos, paraíso louco, solto
Apenas olhos, Ísis eu te devoro

Ligações  em tempo real
Leais ao nosso calor
Onde a pele aclama moldura
Tens todo o formato de uma bela pintura

sábado, 3 de setembro de 2011

Cômico do crônico

Aos 12 anos me levaram ao doutor
Com suspeitas de uma forte enfermidade
O medico logo anunciou
Eu era um poeta de verdade

O prognóstico causou receio
Eu via rimas, letras, desejos
A minha maria só chorava
E com as águas, meu verso entoava

De crises em crises, minha família aceitou
E eu, indefeso por não saber o que passava
Escrevia trovas, sonetos e recitadas
E ao longo do tempo, meu caráter encapotou

A minha casa de quatro paredes não era quadrada
E observava bem essas formas abstratas
Fazia da luz uma palavra
Fazia de tudo, um simplesmente recanto do nada

Aos 18 anos resolvi me tratar
Tomava pilulas de dignidade
Me viciei em tanto pensar
E minha alma, mal saia do lugar

Me tornei um vagabundo
A fazer poemas nesse largo mundo
Sendo um humano verdadeiro, sem escrúpulos
Fiquei conhecido como o poeta do mundo

Edelvan Menezes

Incógnita

Prazer, eu sou o não
E não me venham com tais idiotices
Não tolero todas as tolices
E não me rebaixo diante do chão

Sirvo para limitar o seu caminho
Impedindo assuntos de certos destinos
Desviando as linhas do absurdo
E que se dane, me divirto sozinho

Minha morada é a vida
E não quero caídas
Cuide-se para não me perder de vista
Pois sou necessário na hora em que você mais precisa

Não quero sonhos, tão pouco pesadelos
A necessidade só depende dos apelos
A sociedade vive com seus desejos
E eu com essa inutilidade de terminar isso com "os"

Eu não sou, o não sou eu
Enterrado no ar de valquíria
Cuja gaivota sem asas grita
Tentando voar, ignorando o não

Não me ignore bando de idiotas
Sou o não, vivo de competências
E suas incompetências 
As iludam como gostas
Edelvan Menezes

quarta-feira, 31 de agosto de 2011

Cicerone

Não sabia como chegar quando sai do lugar
Havia um caminho de vertigens inúteis
Em contrapartida, sua alma me perseguia
Tentava evita-la, mas seu desejo me chamava

Perdido estava nesse momento
Perdição se alojou no pensamento
A minha face, corada de nada, dizia tudo
Não me preparei pra esse fim de mundo

Logo, persegui minha seguidora
Ela corre em passos lentos
Com velocidade de raros ventos
Inspira toda a criança

Sentido encontrei na imprecisão desse lugar
Carecia de um mapa, mas deixo pra lá
Conhecer o indesconhecível é um português no mar
Achar o tudo no meio do nada é viver sem se importar

Mando apenas meu corpo de volta
Tudo que eu tenho por dentro foi envenenado
E por incrível que pareça, não esquecendo o fato
Eu não morri, mas sim renasci do seu lado
Edelvan Menezes

domingo, 28 de agosto de 2011

Maria no país das misérias

A toca do coelho abriu
Da onde saiu tanta gente?
Buraco pequeno, conteúdo inútil
Cabe mais gente que o próprio absurdo

O campo esse que pisa
De ventos se alimenta
Os cânticos altos nos iluminam
As pragas nos observam

Pureza de virgem safada
Amor de homem infiel
Vida toda descarrilhada
Dos caminhos que levam ao léo

Acabam-se em tantos começos
Ao poder, deixo minhas liras
Sem poder, quero que revida
Tantos alarmes de vida

A pedra que deixei no caminho
Serviu de impasse para o seu destino
Quebram-se cabeças de martelo
Quero ver se um dia te quero

Entoadas dos teus dentes
Aflitos, querendo gente
Do buraco que o coelho tampou
Nunca mais eu vi o meu amor
edelvaN menezeS


quarta-feira, 24 de agosto de 2011

Indiferença da igualdade

Sua imperfeição é minha luxuria
Meu querer, é contentado com o seu saber
Sua fronteira é meu desconhecer
Meu desejo, é o seu conhecer


Minha loucura é sua multiplicação
Sua doçura é minha tentação
Meu ver é sua imprecisão
Seu enxergar é minha contentação


Seu jeito é meu preenchimento
Meu lado é seu lugar variado
Sua boca é meu recanto
Meu abraço é seu acalento


Meu procurar é seu encontrar
Sua velha intuição e minha aflição
Minha lacuna é seu volume
Sua vida é minha duvida


Se cada um sabe o que falta
Por que não juntar tudo com toda calma
E funcionar, não como duas almas
Mas como corpos em chamas altas
Edelvan Menezes

Dialogo dos deuses

A resposta perguntou para a pergunta
-Por que me perturba tanto?
Com que direito vem ao meu encontro?
Por que não se contenta com meu silêncio risonho?

A pergunta respondeu para a resposta
-Faço o que quero com o que não sei
Não me importo com o que verei
Pois em consequências nada tomarei

Em contrapartida, a resposta já dizia
-Meu caro incrédulo companheiro
Quem paga as consequências não é teu zelo
Mais o que causas com tanto receio

A pergunta, já muito puta:
-Quem sem importa com os receios?
Eu não chamo ninguém só pelo desejo
Todo mundo tem seus medos e anseios

A resposta, ainda querendo prosa:
Mas quem é você pra tentar controlar minha natureza?
Suas perguntas, seus motivos, tudo é frieza
E sabe que nada em mim é certeza

A pergunta, sem razão aparente
-Como é que uma reles resposta pode me questionar?
Não compreendo agora esse teu tutebear
Sabe que esse papel é do meu achar

A reposta, ocultando a verdade como sempre:
-Sabe que quem te procura são os curiosos
As pessoas que não tem medo de mim
As coisas que nada fazem sentido sobre si

A pergunta, se defendendo de nada
-Não sou bom em responder,
Mas posso te afirmar
Quando eu sou chamado, é sempre pra vim te buscar

A resposta:
-Não sou fugitiva!
A pergunta:
-Isso você afirma!
A resposta:
É você que tudo duvida!
A pergunta:
Faz parte sua tampar a lacuna da vida!
A resposta:
Faz parte sua abrir as mesmas!
As duas, ao mesmo tempo e tão unidas:
Somos a razão de toda essa confusão!
Edelvan Menezes

segunda-feira, 22 de agosto de 2011

Estações

Absolutamente me acalmo a compreender
Talvez, e tantos impasses nada pude ver
Quem sem  a menor delicadeza pude acolher
A simples forma que faz seu querer


Indescritivelmente consegui descrever
Tentei, empolguei e gostei
Como se faz um brando vulnerável
Aceitar por puro cansaço?


Que flores não colhi
Que perfumes não senti
Quantas primaveras eu vi virar outono
Quantas chuvas em largos fios brancos


Quem se importa?
Quem perguntou a verdade?
Quem que saber de onde veio tal felicidade?
Dane-se o mar de sombras


Fico, e espero o calor chegar
Fico, e vejo o inverno passar
E quando saio, sinto o verão me esperar
Tanto querer, em um simples olhar


Edelvan Menezes

segunda-feira, 1 de agosto de 2011

Minuto de Felicidade

A minha saudade...
Acabaram-se as gotas de noite dos seus olhos de cílice
Meu Deus, sera tudo isso maluquice?
Como se empresta uma alma?
Como, que com tantos caminhos nos salva?

Sem o sorriso das gotas do seu cálcio
Sem a albumina das gotas dos teus olhos
Sem a doce glicose do teu desejo
Traduzo, em badaladas bitadas do átrio,o seu medo

Conhecer o que é intrínseco do teu amor
E ver, como tantas aves viajam com rumor
É como a sina que te segue, sem sangue, sem rancor
Apenas traços de serenidade insana

Serenidade que veio com o despertar de tuas palavras
Poucas, belas, sensatas e serias
Despertei para algo que gostava de dormir
E ali, me vi sem carapaças a cobrir

Desses colibris que viajam em busca do teu doce romance
Vejo, e reconheço tudo que era meu
Sem um lance de transe entre olhares não se reconhecendo
Viajo na ternura do momento

E por fim, nunca mais desisto
Calço-me os pés essa proteção de vidro
Que me deixa banalmente seguro
De que não vou pisar de novo, no seu sentimento divino
Edelvan Menezes

domingo, 31 de julho de 2011

Caos

Cresço em tamanha demasia
É alma? É amor? É agonia?
Cresço como a matemática de Euclides
É miragem? É começo? É vertigem?
Cresço como o pensamento de Pitágoras
Na cama? No Karma? Na alma?
Cresço como a morfogênese de tudo
É divisão? É união? É um absurdo?
Cresço feito verme em carne podre de alegria
É a morte? É a vida? É a cor do dia?
Cresço como o desejo de animais no cio
É vontade? É prazer? É vício?
Cresço como o capitalismo sombrio
É trabalho? É cansaço? Sangue-sugas em lagos?
É crescer? É aumentar? É ser frio?
Cresço, e a mim reconheço
Como pude tão baixo chegar no vazio
Edelvan Menezes

sábado, 2 de julho de 2011

Afogado

a
ra
ira
tira
ntira
entira
mentira
e mentira
o é mentira
do é mentira
udo é mentira
udo é mentira
do mudo é mentira
ndo mudo é mentira
undo mudo é mentira
mundo mudo é mentira
m mundo mudo é mentira
um mundo mudo é mentira
e um mundo mudo é mentira
nda de um mundo mudo é mentira
da de um mundo mudo é mentira
onda de um mundo mudo é mentira
nda de um mundo mudo é mentira
da de um mundo mudo é mentira
a de um mundo mudo é mentira
de um mundo mudo é mentira
e um mundo mudo é mentira
ndo mudo é mentira
undo mudo é mentira
mundo mudo é mentira
m mundo mudo é mentira
e um mundo mudo é mentira
a de um mundo mudo é mentira
da de um mundo mudo é mentira
nda de um mundo mudo é mentira
nda de um mundo mudo é mentira
nda de um mundo mudo é mentira
da de um mundo mudo é mentira
a de um mundo mudo é mentira
de um mundo mudo é mentira
e um mundo mudo é mentira
um mundo mudo é mentira
m mundo mudo é mentira
mudo é mentira
o mudo é mentira
do mudo é mentira
ndo mudo é mentira
undo mudo é mentira
mundo mudo é mentira
m mundo mudo é mentira
um mundo mudo é mentira
e um mundo mudo é mentira
de um mundo mudo é mentira
a de um mundo mudo é mentira
da de um mundo mudo é mentira
nda de um mundo mudo é mentira
onda de um mundo mudo é mentira
a onda de um mundo mudo é mentira
onda de um mundo mudo é mentira
nda de um mundo mudo é mentira
da de um mundo mudo é mentira
a de um mundo mudo é mentira
de um mundo mudo é mentira
undo mudo é mentira
ndo mudo é mentira
do mudo é mentira
mudo é mentira
um mundo mudo é mentira
e um mundo mudo é mentira
de um mundo mudo é mentira
a de um mundo mudo é mentira
da de um mundo mudo é mentira
nda de um mundo mudo é mentira
a de um mundo mudo é mentira
da de um mundo mudo é mentira
e um mundo mudo é mentira
um mundo mudo é mentira
m mundo mudo é mentira
mundo mudo é mentira
undo mudo é mentira
ndo mudo é mentira
do mudo é mentira
o é mentira
e mentira
mentira
entira
ntira
tira
ira
ra
a
Edelvan Menezes

terça-feira, 28 de junho de 2011

Víl

De agonias meu coração palpita
Que moras onde o credo necessita
Talvez não mexo nos meus sonhos
Me sirvo com pesadelos medonhos

Onde a alma terrestre me orbita
Como quero acreditar na minha vida
E crer que há algo no vazio
Mas meu cérebro, ainda persiste no frio

Caindo em precipício, meu corpo se estupéfa
Como o sal diluído em água, a razão se apega
E onde for o meu sepulcro silêncio
Escutai o som dos malditos ventos
Entoando no beco da caverna

E de ver em pensamentos distintos
Cai num barco, a chuva e tudo que é divino
E dentro das gotas pesadas de água sujas
Me vejo espelhado de tanta fuga

Que vastidão...
Solto em bocas vermelhas um estalo
Como as musas do velho embalo
Caio em campo na virgília

Passeio, e a mim nego
Que de toda sorte que não acredita em mim
Olhar para capela, e ver o fim
Que nunca mais espero
Edelvan Menezes

domingo, 26 de junho de 2011

Calando o silêncio

Não é interessante falar de nada
O não legal é importante para o não
O imaginário convém ao bom


É claro que pensar não adianta
O mágico já deixou claro há muito tempo
Tudo que o astral fala é mentira
Toda mentira é falar nada


O engraçado é o fato de não querer
Está ai, a vontade, a mercê
O embalo das curvas não oferece tudo
O embalo das tuas pernas me esclarecem o mundo


Mas como também não é interessante
Falar de tudo é uma chatice ambulante
O som que era bom tornou-se irritante
Paramos com isso, falar de nada é intrigante.


Edelvan Menezes

Deduções

Ciclo, reciclo, estilo
Vivo, corrido, eu sei
Na mira, vira, tira
Irrita, excita, marmita

Começo, peço, deslizo
Convivo, revivo, insisto
Não brigo, conquisto, insisto
Isto, isso, só

Solução, perdição, vicio
Malícia, delicia, vinho
Sexo, nexo, deslexo
Voado, virado, desgraçado

Sensação, emoção, libertação
Ação, ação, ação
Tanto faz, faz tanto
Prazer, enquanto
Tanto

Volta, porta, torta
Revolta, moda, esmola
Converso, espero, não ligo
Vem, bem, quem?

Eu, o fim, em mim
Depois, não sei, nem vi
Assim, no lar, o mar
Deito, nos seios, anseios

Edelvan Menezes

sexta-feira, 24 de junho de 2011

Pedido Vazio

Como queres tomar de minha água?
Não vê que a mesma esta suja?
Não vê que ao provar, se torna um canalha?
Ou queres assim, criar a tua fuga?


E como assim, respirar o ar que respiro?
Se queres viver mais, tampe a respiração
Não suje teus pulmões com esse vício
Meu ar sujo, não merece o seu pulmão


Seus desejos são idiotamente loucos
Fazer o que faço, es um bobo
Não vê que me te matas ao pouco?
Caro inimigo, não te faça tão solto


Caminha na terra que piso
Quer mesmo sentir esse chão amarguradamente frio?
Onde o barro, que de tão seco ficou só
Não entrou no cio, e deu vida ao seu pior


Não se deixe engolir pelas minhas palavras
Sou eu, que no fundo te renego
Fuja em quanto o tempo deixa marcas
E não me olhe, quando ficares cego


No fim de um dia tão vazio
Você me vem com esse sujo pedido
Deixe de sonhar com tolices fúteis
Deseje algo que talvez um dia desfrute


E não me venha querer o que eu quero
Você já habita um coração cego
Que um dia, ai de comer a si mesmo
Então não reclame de um mero placebo


Pois já te enganas o bastante
Sabendo que mesmo vivendo dentro de mim
Escolhes um caminho sem fim
Sendo minha alma ambulante.
Edelvan Menezes

segunda-feira, 13 de junho de 2011

Amor é Roma II

Conheça sempre as duas faces do amor
Os lados nunca são iguais
o oposto sempre e um pavor
Mas acalme-se, somos simples mortais

Conheça o que pode vir a seguir
Pois é tudo que poderá mudar
E viva o que não pode-se medir
Por ação, nada pode falhar

Uma luta de glorias invejáveis
Conquistas de vermelho puro, bobagens...
A mera intervenção da plebe
Construção de desastres...

O novo conceito se aproxima
Matam os mais antigos
Burlam para ter o domínio de Roma
Deixe-se levar pelos martírios

O corpo já não supre tudo
A cavalaria chegou, vai dominar meu reino
E eu, sem nenhuma defesa no mundo
Perco todos os meus preceitos

O novo dono de Roma chegou
Dominou todo o meu amor
Matou na mais sangrenta morte minha plebe
Deixou todos sem um corpo docente

Agora, não aprendo mais nada
Estou cego, Roma e gostoso
So conheço Roma, só desejo roma
E esqueço do amor

E esqueço da dor
E esqueço do rancor
E esqueço de mim
E esqueço de como existe o fim

No ápice do meu império, seu reinado e imenso
Já não pode controlar todo o meu clero
Todos estão contra nos
A favor do absurdo que é a realidade dos sós

Mande os Guardas!!
Mate todos que se oponham a tudo!!!
Só não mate a minha amada
Pois já já, ela ira por um fim no nosso conjunto

Pois a hora já chegou
Entregue suas armas, a vitoria ganhou
Entregue suas armaduras
Suas fraquezas são minhas loucuras

Amor é Roma
E tudo acaba no submundo
É o declínio do nosso amar
Já saquearam o nosso lar

Não nos restam mais nada
Já perdi a Roma amada
Agora resta-me apenas ruínas de seu passado
Que confusão, Amor é roma, nada termina em vão.
Edelvan Menezes

domingo, 12 de junho de 2011

Amor é roma

E tudo começa com um passado
A bobeira, a leseira e a queixa se abstinênciam
E acabam por começo de fazer um trato
Perturba a mente em que tudo vivenciam


E depois do passado, o filme passa em telas lentas
Em quadros brancos eu desenho as cenas
E pouco a pouco, de ponto em ponto
Começa um desespero pelo desencontro


Não, não estava sendo um fascínio
Se tudo era real e verdeiro, já existia um certo caminho
Por que todo amor termina como roma
Não acredito, mais foi o nosso destino


Talvez, em detalhes me devaneio
Foda-se, infelizmente seu detalhe é meu desejo
É o que parecia tantos quadros em telas de desprezo
É, e acaba sendo o medo de perde-los


Mais tudo é uma confusão mesmo
Afinal, depois daquelas tardes sem espelho
A nossa imagem ficou gravada frontalmente
Não nos enxergávamos completamente


Então, o ódio, misturado com a dor
Que depois se junta com o medo e acaba com o rancor
Que mais tarde, somasse com a ternura da vaga lembrança de doçura
E no final, termina com o amargo de ideias loucas


Acaba resultando-se a pequenas telas brancas
Que com amor, eu pinto essa apatia escura
Que com o nada, termino esse momento de viajem pura
E volto para o externo, encarando a realidade crua. 
Edelvan Menezes

terça-feira, 7 de junho de 2011

Sonhos Elísios

O como e o porque já não importam mais
Até por que já não tem como importar
Na maioria das vezes eu fui viajar
Que viajem, mal sai do lugar;

Pelas boas e sensatas caminhadas
Parece que o chão me governa
Meus pés obedecem feito criança amedrontada
Descomuniada, vive em casa envenenada

Mas mal sai do lugar
E sera que eu estou nesse lugar?
Sera que minhas ideias,
misturadas com as minhas loucuras
Tem pelo pingo de vergonha e doçura
De me porem no devido lugar?

E em que lugar de quintal brincante
Eu, como muitos cachorros e crianças irritantes
Guardei meu brinquedo?
Que no sentimento de extase em plena brincadeira
Guardei esse brinquedo em tamanha asneira
Num pedaço de terra branco?

A fraqueza incomoda a loucura
Ela precisa de coragem para existir
Afinal, quem não tem um brinquedo em casa?
Guardado nos mais perdidos sonhos
Dizendo que ali houve um passado
No mais inocente encontro

Então , preso em minha balança que chamo de corpo
Coloco pesos inutimente, com um ar indolente
De ver o que mais vale
E logo, em tão mero desencontro
Pergunto-me, sem esperar mais um sonho
O como e o porque, já não tem seus validos pontos

 Edelvan Menezes

sábado, 4 de junho de 2011

Destilado e Fermentado

Depois de um dia virado
A chegada do velho barato
Na escada eu levo o tombo
Não se preocupe, é mais um porre


Dois dias depois eu acordo
Com a lua, na rua crua
Vivendo o que não há de melhor
A droga ainda reage
No seu melhor tom


O engraçado é que todos fogem
Covardes, medrosos, não sabem do pior
Suas vidas são como grãos de areia
Em uma praia deserta, no meio do nada


O tédio corrói os mesquinhos
Lindos, vivos, brancos de sangue
Pálidos, cálidos, amargos
Esperando um abraço


É só mais um porre fazendo efeito...


Se bem que a vida
Como um oceano de riquezas espalhadas pelos mar
Deve ter muito saco pra catar
E procurar, sem reclamar
Um motivo pra parar de mudar.


Edelvan Menezes

segunda-feira, 30 de maio de 2011

Ingrata

Não a convicção na realidade
A triste e amargurada idealizadora de tudo
Como bons representantes da verdade
Tentam esclarecer o árduo mundo.


Procurar o nascer da paisagem
Não, o negro já embrulhou de presente
Serve apenas como enfeite
Ingênua vida, o que te abriga tanto sonho?


Como posso confiar em ti,
se nem ao menos me acompanha?
Como posso julga-la ao meu favor,.
se está contra mim?


Oh! incrédula e sistemática ineficiência
Tão bela é a sua pratica
Tão inútil sua prevalência...


Não és fiel ao partir
Foge com tanto prazer de fingir
Que acaba esquecendo de nascer
Mortal é tua fuga.


Já o cego da razão --o que olhos de águia guia--
Enxerga só o que não vê
E mexe com os outros
e percebe, sem o menor interesse
Que o medo de não ter medo, não existe mais.


Oh vida...Já é meia noite clara
E como côrte, desejo-te o nada
É o que merece por ser abstrata
Tão imbecil na madrugada.


Edelvan Menezes

terça-feira, 24 de maio de 2011

Manhã

O sonho
é
mendonho

O pesadelo
é
exagero

Acordar
é
só o começo
Edelvan Menezes

Quarta Dimensão

Com o que vivo se não fosse pelo nada?
Talvez não tenhamos a sorte de saber tudo
Mais seria uma azar descobri o mundo
E ao mesmo tempo, sonhar um conto de fadas.

Mais as fadas são safadas
Brilham em um ar sensual de vadias
Chamam e derrubam a calmaria
Então, não cheguem perto de fadas.

Como posso viver sem o nada?
A esperança rima com as lembranças
E quando menos esperamos navio afundar
Ele voua

O universo está cheio de falhas
Pisando em restos de migalhas de vidro
Que quebraram como ossos iludidos
Descobri que também sou um universo

Quando uma mera quimera entoar dentro de casa
Chegara a hora da chegada
Ela pisa, no mais leve chumbo de absurdo
Meu deus, será o fim de tudo?

O mundo é tão seco comparado a meu pensar
Então pensem, olhem o mundo de outras bocas
Vivam o mundo como nunca quiseram
Comam o mundo, pois ele já vai azedar.

Nossos prazos de validade já venceram
Só servimos para dar dor aos outros
Já que não nos lêem como deviam
Queremos de nada mais um pouco.

O sentido da coisa se repete
Para onde irei jogar a minha prece?
No muro que não se quebra facilmente?
Não, é mais fácil jogar nesse poema indecente.


Edelvan Menezes

Memórias de um balanço

As tardes de prazer que eu vivia
Eram todas com o teu ser
Os beijos e abraços
Me deixavam no mais puro desejo e querer.


As mensagens de pertubações que trocamos
Brigas por nada...Ah, eu amo
Como eu, um ser tão mesquinho
Podia dar e receber tanto carinho?


A sua casa era um encontro de amor
Seu colo, o lugar de minha calmaria
O teu cheiro, a viajem da minha vida
Minhas mãos sentindo sua pele macia.


As horas calados, sem nenhum hiato
Eram conversas infinitas entre almas
Comunicações de sensações calmas
Nossas bocas completavam o que faltava.


Eu pulava minhas horas à cada dia
Pois no fins de cada noite ida
Sua voz, acalmava sua partida
E assim, o ciclo indefinido se fazia.
Edelvan Menezes

sábado, 21 de maio de 2011

Casa Própria

Por sorte, percebi o começo da morte
Os ventos nem ousaram me avisar
Os trairas estão fortes
comecei um novo fim


Pecado do amor falido
o paraíso mora em mim
o inferno é meu vizinho
e mora distante daqui


Casas de rubis pobres
elas não valem mais nada
pois os jardins estão em desordem
e a agua, de tão suja é potável


viver perto de você e tão distante
agora eu, de tão calado explodi meus versos
e confesso, foi bom o bastante
para eu ficar mal e angustiante


não queria que o sim dissesse não
mais os dois não cabem na mesma partícula
que além de estarem em suas mãos
estão apertados, é bom os limitar


A presença implora a sua ausência
partindo de um tempo desconexo
levanto, e penso no silencio do eco
a lua ja ficou quadrada de tanto ficar redonda


Então me diga, aonde morar?
agora que já fui expulso para dentro de mim
e sem manifestar qualquer lugar
escolheu logo o canto esquerdo dentro de ti


minha coragem é medrosa o bastante para me enfrentar
então é muito melhor eu ficar no lugar
e esperar essa briga de titãs passar
para ai sim, eu começar a me ajudar


logo meu inquilino me pergunta desengonçado
quem estava nessa casa ao lado do do pulmão esquerdo?
e falo com todo gosto de maçã
era uma moça
que não enxerga mais o que criou
ao me ver passar.
Edelvan  Menezes

terça-feira, 17 de maio de 2011

Sina

Descobri o passado do presente
Ele sem defesa, se defendeu
Falando que o culpado esta no futuro
Besteira, é o passado que mente.


O passado sempre mente.
Ele não gosta do presente
Tem inveja do presente
E põe sempre a culpa no futuro.


O futuro nada pode falar,
Ele nem está aqui
Nem sabemos se ele vem
ou morrei ali...


O presente fica inseguro
Com um passado que mente
E um futuro sem rumo.


Mas o futuro chegou
Tomou a vaga do presente
Deixou o passado para traz.


O futuro agora, é outro...
É calmo, recauchutado
Ele vive, ele existe
Mas ele não está mudado,
Ainda continua inseguro e triste.


O presente...ele sim mudou
É frio, serio, estranho
Vive em seu recanto
É chora
Agora ele é humano.


Incrédulo, persistente, mentiroso
Faz tramóias, vira a boca, faz o jogo
Ele agora é humano
Não é mais "inseguro"
É humano


O passado morreu
Mas ninguém enterra
Apodrece sem fedor
Se desbota 
sem perder a cor.
Edelvan Menezes

domingo, 1 de maio de 2011

Desabafo

Não sou poeta
Sou apenas um canalha de alma perdida
Fazendo versos com poucas rimas
Para à pessoa que inutilmente o interpreta


Não sou poeta
Sou apenas um vagabundo sem motivo
Falando merda, escrevendo o que digo
Um homem vazio, como duras e fechadas pedras


Eu apenas escravizo os sufixos de minhas rimas
Mas elas rebelam-se
Fazendo o que querem da minha vida


Mas lhe aviso, não sou poeta
Sou apenas um morador da minha fisiologia
Degradando e se aproveitando das minhas feridas
Comunicando ao ninguém a minha mente nada aberta


Sou fechado para mim
Defeito de criança, genética sem lembrança
Onde aceito tudo que não é meu
Vivendo num paradoxo pior que de um ateu


Mas, será que é pedir demais?
Não sou poeta, e nunca escreverei pensando
Na forma, na obra e na estrutura dessa poesia
Além do mais
Não ligo pra essa vadia em forma de letras
Edelvan Menezes

quarta-feira, 27 de abril de 2011

Origem

Nasce o primeiro indivíduo
Essa forma insegura e primitiva
Que sente logo os descomeços da vida
Numa pequena síntese de realismo.

O lugar é próprio para a vida
Contem substancias indefinidas
Onde a comida é escassa
Pois o alimento e um vício.

A forma cresce, o ser cresce
E nessa desventura divina
O ar, que propriamente à célula respira
Enfrenta com calma as mudanças exigidas.

O ser cresce, à forma cresce
E no pensamento de nada
Desdém o mundo de tal forma
Que o tudo não é mais infinito.

Assim, ele procura outros fins
E com medo de que tudo, tudo chegue ao fim
Explora, devasta, civiliza
Para que tudo seja conforme necessita.

Depois, ele se sente atraido
Por outra forma insegura de vida
E procura assegura-la de toda graça divina...
E nasce o primeiro individuo.
Edelvan Menezes

segunda-feira, 25 de abril de 2011

Postumado

Eu morri.
Depois de ter matado o vazio entre mim.


Eu morri.
No mais doloroso morrer,
que sem injuria
não me fez crescer.


Eu morri.
E depois da morte causada por mim,
vivi momentos de nada
com um vazio sem graça,
que nem a graça sustentou
ao cair em cima do meu sorrir.


Eu morri.
E dentro do caixote quadrado e apertado,
me vi sem ar, sem ninguém e abandonado
apenas uma barata tonta sem direção a seguir.


Eu morri quando vi seus olhos em conjunto com sua boca
misturado com seus gestos de princesa incandescente 
em lua nova me dizerem: Tenho nojo.


Eu morri ao perceber que só vinha a perceber agora
que eu deveria perceber desde o começo 
que o desprezo era uma criança enciumada
pela verdade que o traga esperança e medo.


Eu morri com os olhos abertos, 
sem realmente um teto
com luzes amarelas de sonhos quietos 
num mero e simples pote singelo.


Pote da vergonha,
jogarei fora o meu passado (mais uma vez)
jogarei fora os papeis de pensamentos
que vieram com o vento
sem aurora ou madrugada.


Eu morri.
no mais fúnebre pensamento
com a esperança de um momento
você vir me salvar.


Mas quieto estou.
Não fumo, nem bebo, nem respiro.
Os prazeres acabaram na mais total falta de vergonha,
que com a insônia, 
não deitava e maltratava o corpo vazio.


Vazio, que no mais arrepio de pele levantada,
feito carne emputrefada
no caldo de um complexo rio.


Frio, que no inverno me esquenta e no verão me atormenta,
como as folhas caindo no colo de uma freira
que rezou numa sexta-feira 
para minha morte já ir vindo.


Na verdade, sofro sozinho.
no mais vislumbre sorriso de vela envenenada
como beijo da amada 
nos meus sonhos mais sombrios.


Queria eu ressuscitar assim,
como cristo encruzilhado
num livro abandonado
de folhas sem fim.


Mas não me esqueço, eu morri.
e como sonho de menino,
de ser feliz, viver sorrindo
e brincar o dia inteiro
sem se preocupar com seu futuro e destino.


Morto numa cova bípede,
que anda livre entre os humanos
fingindo ser humano
para afogar os meus deslizes.


Tonto, desvio atenção do ódio
no mais sensível ócio 
de inutilmente não ficar dócil
e empurrar os outros no abismo.


Basta! O amor não faz sentido.
Se estou julgado a cometer póstumos atos
de fantasma assombrado
assombrando o seu caminho.


E assim, crio à janela para a fuga
desse mundo tão profundo
onde o escuro consome tudo
que o claro tem como amigo.


Mas não consigo,
minhas pernas já se decomporão
com o passar dos séculos que venho me esvaindo.


Portanto, lhe chamo pra minha missa
que ai de rezar um dia,
onde minha alma de agonia
ira gritar com a alegria de um vivo,
seja bem vindo.
Edelvan Menezes.

quarta-feira, 20 de abril de 2011

Nação

Aspargos de necessidade vis
Planejado pelo fúnebre nascimento
Veio feito presa fácil na direção
Velho feito força que proclama o silêncio


Escaravelho do sentido oculto
Luto pelo momento de ter que ver
Necessidade de presa fiel
Só morra comigo


Infáveis como amarelo tosco
Osso do humano, sustento natural (e fraco!)
Como pássaro voando, azul
nú, azul e nú, anú


Que martiriza a sensação de bem estar
Um olhar, um colar, nada a pensar
Breve palavrão
Empurrão de meninas


Camílas, carolínas, comadres
Mulheres de corpo e de cara
Mais caras que a grana que as compram
Malvinas e vindas de esmola


Que o mais puro desamor
Imploram pela vela que clareia
Definem o mar de loucura
Comentam o caldo vislumbro
Edelvan Menezes

terça-feira, 19 de abril de 2011

Universo Paralelo

Horas em troco diluído de pensamentos infames
Caem na mesma moeda, derrama miséria
Maltrata um corpo físico, destrói momentos
Não tenho mais motivos pra idéias

Parece que o tempo conspira contra
Andar na ponta do precipício sem corda
Pisar na onda turvante que quebra o sigilo
Acabei de pisar e quebrar o caco de vidro

O corte, penetrante e profundo, não fere
Mata, no mais vislumbre vermelho velho
Cor do vinho que tomei contigo, sinto
Acordei pra dor, agora eu vivo

O curativo esta longe do meu alcance
Distante, o mais elevado que nem o instante
Que de repente, provoca um grito explosivo
Corroído, àcido em pele fraca de um toque macio

O tempo é encrivelmente sádico
A culpa não e dele, é da vida que me deixa estar
A droga que vicia, macia como aço
Sensível como couro que envolve a marmita

Na hora da partida é que eu sinto fome
Não como porque à comida não é minha
Não pertence mais, é iguaria
Até porque, não sou (e nem era)
Digno de tanta alegria.

Edelvan Menezes

domingo, 17 de abril de 2011

Brisa na rede

Da vida se comemora os loucos
Tolos de feira livre, livros
Tijolos de um prédio simples, modesto
Miolos do cara morto na rua

Que bons ventos te trazem agora?
Que frutos comerei no almoço?
Alvoroço, mordi a porra do caroço
Sinceridade se espera, vai do doer

Da flor que não trago pra você
O cheiro fedorento das pétalas
A cor bela e inútil da vida
Que vida

Na arte do museu moderno
Se vê a noite de dia
Ela brilha, insípida
Facada ao meio dia

A morte não tem hora
Já perguntei à ela
Nem data, seu nascimento é discreto
Seu surgimento é esperto

Adeus eu digo à todos
Tolos, vivem mortos
Num simples piscar de olhos  
Edelvan Menezes

Outubro de Fevereiro

Não se iludam, o monstro ainda habita em mim
O desprezo pelo zelo me detem
Ainda estou cercado pelo mar
Não escondo, tão pouco oponho


A droga ilícita do prazer abençoado
Que chato, a droga do cansaço
O monstro que destruiu o barco
Ainda resiste


Não se movam, calados e quietos
A moda ainda é uma merda
O amor ainda persiste
O caso é indiscreto


A porra da vergonha fugiu do meu pensar
As emoções estão sendo vomitadas
A digestão de 5 meses persiste
Quero comer o ano


O ano que não vivi
Metas de metros ao teto
Cabeça baixa, de nada
Um obrigado pelo castigo


Ele foi proveitoso
Aprendi que não devo aprender
Demais, sobrevivia de um prazer insano
Tudo coberto por de baixo dos panos


O mar secou, o monstro não tem aonde morar
Não tem mais onde procurar
O mar secou, o monstro não tem aonde viver
As ilhas ignoraram seu viver


Já perdeu o efeito
Não existe mais o não
Isolado, sem pensar em nada
Acabei pensando na droga
Que é o prazer de pensar em você


Edelvan Menezes

Porre

Impetuosamente sua calamidade me assustou
Depois que percebi que não sou mais que sou
Perdi o medo de ter medo
Perdi o medo de mim mesmo
Aprendi a não respeitar os mais velhos
Aprendi que eles são mais espertos
Pois na fonte da alegria me desperto
Revelando assim o som do sucesso
Aproveitando o que não a de melhor
Sobrevivo do pior sem saber o que é
Talvez a vontade de ser o que não é
Pois tomei pinga demais
O caminho de casa é longo
A pé e com sono, fome e desencontro
O caminho de casa e distante
E vem a fumaça ambulante
Me despreze como sou
Me ignore meu amor
Finja que não existo
Finja, que eu te explico
Que a dor é apenas uma dor
E o amor é tudo que não sou
Vai embora, me deixa!
Não preciso de nenhuma queixa
Meus pés estão gelados
E o caminho de casa e longo
Pois tomei pinga de novo
E nunca mais verei meu oposto


Edelvan Menezes

Mente suja

Olhe o lixo na calçada
Lixo urbano não presta
O cultural que me interessa
O resto, somente me estressa


Jogue ele no lixo
Lixo no lixo não traz diferença
Muito menos à crença
De que lixo é lixo


mas se pararmos e pensarmos
O lixo pode ser aproveitado
Por mais que seja desagradável
isso é um fato aceitável


Mas se for urbano não presta
Nem junte, nem mexa
Simplesmente esqueça
Lixo urbano não presta


É tudo caro, chato, limitado
Todos tem à mesma cor
Todos fingem à mesma dor
São meros lixos sem amor


Olhe o lixo na calçada
Se for urbano nem olhe
Simplesmente esqueça
Passe à frente, verá o lixo que deseja
Edelvan Menezes

Ordem da desordem

Você não sabe o que acontece
Quando teu corpo colado no meu
Cria um clima de emoção
Quando seu calor de pele
Me faz pirar em vão

Você não sabe o que acontece
Quando nossa cama fica linda
Com você toda nua e despida
Imaginando num toque de prazer
No seu corpo me seduzindo

Você não sabe o que acontece
Quando te jogo excitado
Quando te beijo, indo pra baixo
Com movimentos exalados
Nossos corpos suados de cansaço

Com a energia de uma transa sedutora
O fogo arde na banheira
Pensamentos quentes, bem elaborados
Pra te seduzir com um arrepio na nuca
Experimentando o doce sabor da loucura

Perfume que exala sedução
Trancados a céu aberto
Sem nem um pingo de noção
Descobrimos o valor da paixão
Edelvan Menezes

Boêmica

O que aconteceu com nossa moça?
A grande mulher vivida, sofrida, vadia
Mulher de todos, mulher de ninguém
Onde está essa mulher?
Ninguém sabe, ninguém vê


Procurem na casa dos mais requisitados!
(dizem os advogados)
Procurem na casa dos mais energéticos!
(dizem os médicos)
Procurem na casa dos mais afortunados!
(diz o delegado)


Todos querem que ela volte
Para servi-los aos prazeres da vida
Pra mostrar que é capaz de nunca ser traída
Para olhar os homens e dizer o que necessita


Mas cadê à moça?
Que de moça nem à rosca tinha
Que da rosca, bem jeitosa vinha
Que na prosa, arrancava dos que mais tinham


Mulher de todos, mulher de ninguém
Cadê você meu bem?
A queria e bela menina
A que todos chamam de mulher da vida
Edelvan Menezes

Adolescentia

São meras pessoas que mastigam seu querer
Servem para lhe trazer esperanças falsas
Momentos bons de desespero
Se aproveitam do seu apelo
Sem querer o teu beijo
Somente o teu desejo
Se entregar sem medo
Mas depois a vida ensina
Que o mais belo não e à vida
E sim o fato de ser tola
De um dia ser moça
De uma vez dizer sim
Quando mexer, diz que vem aqui
É claro que o ato consumado
Nunca justifica a razão
E vice-versa, com precisão
Não querer querendo
Avançando o que é lento
Desperdiçando o seu tempo
Pra depois passar horas em choro
E lamento
É só momento
Assim se vai passando
Você não aprende nunca
E sai andando
Com cara baixa, sem cor
Com olhos calmos, sem dor
Meras consciências
Meras evidencias
Simples trapos de convivência
Outras a matam
E transformam em ciências

Edelvan Menezes

Olhos abertos

Todo, um todo, um tosco
Não tem, não existe, nunca viu
Desleixou, relaxou, ignorou


O nada, do nada, sem nada
Notórias, dedicatórias, Idiotas
Manias, estripulias, gírias
Convenções, ações, ilusões


Andei, caminhei, parei
Pra ver, viver, querer
Olhar, sem nada, na praça
Um homem, na ponte, de longe


Não assisti, fugi, menti
Corri, andei, não parei
Não descansei, não pensei
Nem morri


Apenas senti, vivi, 
Com emoções, canções, empurrões
Pro futuro, do mundo, do tudo
Sé restou apenas um muro
Duro
Curto
Escuro
Edelvan menezes

sábado, 16 de abril de 2011

Largo do vazio 73

Sentei, e esperei
Olhei para os lados
E nada senti
Apenas sentei

Sentei, e procurei
Os lados estavam cheios de pessoas
Não me importei
Apenas sentei

No banco da calçada mais desejada da cidade
Eu olhava à paisagem
De tarde, no largo, e nunca me esquecerei
Apenas sentei

No chão mais limpo de que todo o limpo
Poderia chegar nem perto
Eu sentei
E nem rezei

Parece que à vida é simples
Praticamente triste
Sem nada que o faça feliz
Mas relaxe, descanse,
E leve o seu chapéu
Pois vai estar sol
E um dia, com todo orgulho do nada
Dirá para si mesmo
Eu sentei
E esperei

Autor:  Edelvan Menezes

vácuo

É engraçado quando não se tem idéias
A mente fica vazia
A razão se dispersa


O coração fica frio
O corpo treme à beça
As mão tornam-se rígidas
O amar nunca começa


O sol desaparece do monte
A lua não sobe do morro
As estrelas apagam-se em me ver
A agua seca com o fogo


Os animais não ficam no cio
As pessoas não sentem tesão
As coisas ficam as mesmas
Tudo porque não se pede o perdão
Autor: Edelvan Menezes

Sombra

Olho uma sombra vagando pela rua
Preta, escura, fria
O medo de saber
O medo de querer

Mas a sombra me persegue
Eu não corro, não tenho medo
Mas estou assustado
Pois com ela, vem a solidão
O pior da morte não me acontece

Cansei de não fazer nada
A sombra é muda e fala tudo
O que eu não quero, mas desejo
O que eu sinto e não vejo

A sombra está do meu lado
Penetrante e ecárdida
Sem rosto e nem face
Semblante de nada

Eu fico olhando-a
Tentando saber o por que do assunto
O por que de tudo
Mas a sombra não fala nada
É sempre fria, séria e calada

Atravesso a rua e ela não some
Mudo de vida, ela me segue
Mesmo com tanto esconderijo
Sombra inútil

Mas então a olho bem
Vejo o clarão a seguir
Vejo que a sombra que está aqui
E a que me persegue, que me acompanha
Desde o meu principio
Até o meu fim

Edelvan Menezes

Rua

A rua ainda continua vazia
As pessoas não passam
Ficam sozinhas
Desinibidas

A rua continua na escuridão
Iluminação a parte nem tem
A sombra lá na rua não existe
A escuridão engole todas

A rua continua limpa
O cristal prevalece
No mais brilhante negro
No mais profundo exagero

Mas é claro, a rua esta vazia
Se ninguém passa
Não acontece nada
E tudo para

Chega alguém na rua vazia
Ela já não é mais vazia
Agora é calma e movimentada
Uma pessoa muda tudo
Isso é um absurdo
Edelvan Menezes

Mente Virgem

Quer algo mais quente que isso?
O doce dos doces que sinto
Sem magoas procuro o que vivo
Mas que droga, que idéias
Desisto

Acima estão todas as minhas loucuras
Tão pouco procuro minha cura
Se o que mais amo e viver
Sempre tendo algo pra comer

Me alimentar de coisas fúteis
Sem antes perguntar o que pensei
Ao velho livro que emprestei
E correndo estou aqui, cheguei

As águas digo muito sobre min
O tédio a transforma em vinho
O do mais tinto
O do mais brilho

Do primeiro verso que desisto
Vejo que toda vez persisto
Andam descalço sem laço
Procuro o mais puro amasso

Mas as magoas de um futuro
Persistem em meu mundo
Vasto mundo
Que mundo...

Explanationem

Definindo o amor
Que graça sem cor
Nem cheiro nem perfume
Nem beleza nem estrume

Cega os mais velhos
Acalenta os mais quietos
Formas seguras de se segurar
Formas divinas de amar

Amar e quando o corpo surge das trevas
Sem pressa e calma
Um ar de bagaça
Que vive dentro da mata

Mata virgem da mais pura dor
Destrói os mais fracos
Constrói os mais fortes
Sem pressa digo seu nome

Mas o amor e o deus da morte vivida
Vida bandida, varrida, despida
Sem cor nem cheiro
Sem perfume, sem relevo

Amar e como eu e nos
Somos almas SOS
Precisando de alguém para crescer
E que não nos deixe se auto-prender
Edelvan Menezes

nocte


Algo aconteceu com seu semblante
Enconlhes todo o seu corpo
Em um canto pra nimguem ver

Fica calada, não fala nada
A moça quieta não existia a algum tempo
Não tens nem a falta de nada
O que te faz ficar com essa cara?

Será tristeza irradiante?
Será alegria enrrustida?
Uma simples frase te acalmaria?
Ou um grande beijo lhe agradaria?

Um abraço sincero
Uma presença, um afeto
Algo pra você mastigar
E faze-la existir

Sem o blante

As lagrimas escorrempelo rosto
Algo aconteceu com seu semblante
Enconlhes todo o seu corpo
Em um canto pra nimguem ver

Fica calada, não fala nada
A moça quieta não existia a algum tempo
Não tens nem a falta de nada
O que te faz ficar com essa cara?

Será tristeza irradiante?
Será alegria enrrustida?
Uma simples frase te acalmaria?
Ou um grande beijo lhe agradaria?

Um abraço sincero
Uma presença, um afeto
Algo pra você mastigar
E faze-la existir