terça-feira, 28 de junho de 2011

Víl

De agonias meu coração palpita
Que moras onde o credo necessita
Talvez não mexo nos meus sonhos
Me sirvo com pesadelos medonhos

Onde a alma terrestre me orbita
Como quero acreditar na minha vida
E crer que há algo no vazio
Mas meu cérebro, ainda persiste no frio

Caindo em precipício, meu corpo se estupéfa
Como o sal diluído em água, a razão se apega
E onde for o meu sepulcro silêncio
Escutai o som dos malditos ventos
Entoando no beco da caverna

E de ver em pensamentos distintos
Cai num barco, a chuva e tudo que é divino
E dentro das gotas pesadas de água sujas
Me vejo espelhado de tanta fuga

Que vastidão...
Solto em bocas vermelhas um estalo
Como as musas do velho embalo
Caio em campo na virgília

Passeio, e a mim nego
Que de toda sorte que não acredita em mim
Olhar para capela, e ver o fim
Que nunca mais espero
Edelvan Menezes

domingo, 26 de junho de 2011

Calando o silêncio

Não é interessante falar de nada
O não legal é importante para o não
O imaginário convém ao bom


É claro que pensar não adianta
O mágico já deixou claro há muito tempo
Tudo que o astral fala é mentira
Toda mentira é falar nada


O engraçado é o fato de não querer
Está ai, a vontade, a mercê
O embalo das curvas não oferece tudo
O embalo das tuas pernas me esclarecem o mundo


Mas como também não é interessante
Falar de tudo é uma chatice ambulante
O som que era bom tornou-se irritante
Paramos com isso, falar de nada é intrigante.


Edelvan Menezes

Deduções

Ciclo, reciclo, estilo
Vivo, corrido, eu sei
Na mira, vira, tira
Irrita, excita, marmita

Começo, peço, deslizo
Convivo, revivo, insisto
Não brigo, conquisto, insisto
Isto, isso, só

Solução, perdição, vicio
Malícia, delicia, vinho
Sexo, nexo, deslexo
Voado, virado, desgraçado

Sensação, emoção, libertação
Ação, ação, ação
Tanto faz, faz tanto
Prazer, enquanto
Tanto

Volta, porta, torta
Revolta, moda, esmola
Converso, espero, não ligo
Vem, bem, quem?

Eu, o fim, em mim
Depois, não sei, nem vi
Assim, no lar, o mar
Deito, nos seios, anseios

Edelvan Menezes

sexta-feira, 24 de junho de 2011

Pedido Vazio

Como queres tomar de minha água?
Não vê que a mesma esta suja?
Não vê que ao provar, se torna um canalha?
Ou queres assim, criar a tua fuga?


E como assim, respirar o ar que respiro?
Se queres viver mais, tampe a respiração
Não suje teus pulmões com esse vício
Meu ar sujo, não merece o seu pulmão


Seus desejos são idiotamente loucos
Fazer o que faço, es um bobo
Não vê que me te matas ao pouco?
Caro inimigo, não te faça tão solto


Caminha na terra que piso
Quer mesmo sentir esse chão amarguradamente frio?
Onde o barro, que de tão seco ficou só
Não entrou no cio, e deu vida ao seu pior


Não se deixe engolir pelas minhas palavras
Sou eu, que no fundo te renego
Fuja em quanto o tempo deixa marcas
E não me olhe, quando ficares cego


No fim de um dia tão vazio
Você me vem com esse sujo pedido
Deixe de sonhar com tolices fúteis
Deseje algo que talvez um dia desfrute


E não me venha querer o que eu quero
Você já habita um coração cego
Que um dia, ai de comer a si mesmo
Então não reclame de um mero placebo


Pois já te enganas o bastante
Sabendo que mesmo vivendo dentro de mim
Escolhes um caminho sem fim
Sendo minha alma ambulante.
Edelvan Menezes

segunda-feira, 13 de junho de 2011

Amor é Roma II

Conheça sempre as duas faces do amor
Os lados nunca são iguais
o oposto sempre e um pavor
Mas acalme-se, somos simples mortais

Conheça o que pode vir a seguir
Pois é tudo que poderá mudar
E viva o que não pode-se medir
Por ação, nada pode falhar

Uma luta de glorias invejáveis
Conquistas de vermelho puro, bobagens...
A mera intervenção da plebe
Construção de desastres...

O novo conceito se aproxima
Matam os mais antigos
Burlam para ter o domínio de Roma
Deixe-se levar pelos martírios

O corpo já não supre tudo
A cavalaria chegou, vai dominar meu reino
E eu, sem nenhuma defesa no mundo
Perco todos os meus preceitos

O novo dono de Roma chegou
Dominou todo o meu amor
Matou na mais sangrenta morte minha plebe
Deixou todos sem um corpo docente

Agora, não aprendo mais nada
Estou cego, Roma e gostoso
So conheço Roma, só desejo roma
E esqueço do amor

E esqueço da dor
E esqueço do rancor
E esqueço de mim
E esqueço de como existe o fim

No ápice do meu império, seu reinado e imenso
Já não pode controlar todo o meu clero
Todos estão contra nos
A favor do absurdo que é a realidade dos sós

Mande os Guardas!!
Mate todos que se oponham a tudo!!!
Só não mate a minha amada
Pois já já, ela ira por um fim no nosso conjunto

Pois a hora já chegou
Entregue suas armas, a vitoria ganhou
Entregue suas armaduras
Suas fraquezas são minhas loucuras

Amor é Roma
E tudo acaba no submundo
É o declínio do nosso amar
Já saquearam o nosso lar

Não nos restam mais nada
Já perdi a Roma amada
Agora resta-me apenas ruínas de seu passado
Que confusão, Amor é roma, nada termina em vão.
Edelvan Menezes

domingo, 12 de junho de 2011

Amor é roma

E tudo começa com um passado
A bobeira, a leseira e a queixa se abstinênciam
E acabam por começo de fazer um trato
Perturba a mente em que tudo vivenciam


E depois do passado, o filme passa em telas lentas
Em quadros brancos eu desenho as cenas
E pouco a pouco, de ponto em ponto
Começa um desespero pelo desencontro


Não, não estava sendo um fascínio
Se tudo era real e verdeiro, já existia um certo caminho
Por que todo amor termina como roma
Não acredito, mais foi o nosso destino


Talvez, em detalhes me devaneio
Foda-se, infelizmente seu detalhe é meu desejo
É o que parecia tantos quadros em telas de desprezo
É, e acaba sendo o medo de perde-los


Mais tudo é uma confusão mesmo
Afinal, depois daquelas tardes sem espelho
A nossa imagem ficou gravada frontalmente
Não nos enxergávamos completamente


Então, o ódio, misturado com a dor
Que depois se junta com o medo e acaba com o rancor
Que mais tarde, somasse com a ternura da vaga lembrança de doçura
E no final, termina com o amargo de ideias loucas


Acaba resultando-se a pequenas telas brancas
Que com amor, eu pinto essa apatia escura
Que com o nada, termino esse momento de viajem pura
E volto para o externo, encarando a realidade crua. 
Edelvan Menezes

terça-feira, 7 de junho de 2011

Sonhos Elísios

O como e o porque já não importam mais
Até por que já não tem como importar
Na maioria das vezes eu fui viajar
Que viajem, mal sai do lugar;

Pelas boas e sensatas caminhadas
Parece que o chão me governa
Meus pés obedecem feito criança amedrontada
Descomuniada, vive em casa envenenada

Mas mal sai do lugar
E sera que eu estou nesse lugar?
Sera que minhas ideias,
misturadas com as minhas loucuras
Tem pelo pingo de vergonha e doçura
De me porem no devido lugar?

E em que lugar de quintal brincante
Eu, como muitos cachorros e crianças irritantes
Guardei meu brinquedo?
Que no sentimento de extase em plena brincadeira
Guardei esse brinquedo em tamanha asneira
Num pedaço de terra branco?

A fraqueza incomoda a loucura
Ela precisa de coragem para existir
Afinal, quem não tem um brinquedo em casa?
Guardado nos mais perdidos sonhos
Dizendo que ali houve um passado
No mais inocente encontro

Então , preso em minha balança que chamo de corpo
Coloco pesos inutimente, com um ar indolente
De ver o que mais vale
E logo, em tão mero desencontro
Pergunto-me, sem esperar mais um sonho
O como e o porque, já não tem seus validos pontos

 Edelvan Menezes

sábado, 4 de junho de 2011

Destilado e Fermentado

Depois de um dia virado
A chegada do velho barato
Na escada eu levo o tombo
Não se preocupe, é mais um porre


Dois dias depois eu acordo
Com a lua, na rua crua
Vivendo o que não há de melhor
A droga ainda reage
No seu melhor tom


O engraçado é que todos fogem
Covardes, medrosos, não sabem do pior
Suas vidas são como grãos de areia
Em uma praia deserta, no meio do nada


O tédio corrói os mesquinhos
Lindos, vivos, brancos de sangue
Pálidos, cálidos, amargos
Esperando um abraço


É só mais um porre fazendo efeito...


Se bem que a vida
Como um oceano de riquezas espalhadas pelos mar
Deve ter muito saco pra catar
E procurar, sem reclamar
Um motivo pra parar de mudar.


Edelvan Menezes