sexta-feira, 24 de maio de 2013

Cadê a rima?

Eu me mostro atolado do lado alado.
Não vejo meus movimentos,
muito menos os meus laços.
Apenas estou do lado alado.

Ele não voa como qualquer voar;
mostra-se com um beduíno a sonhar,
que viaja de séculos em séculos
procurando o seu lugar.

Ele encontra,
mas como um bom moço de ponta,
alinha-se em tortas tortas de amora
e mostra como é bom encontrar a porta.

Eu sei que nego a minha glória.
Pois, de tantos que ainda dizem à Glória
que foi morar lá fora,
me vejo, de mim mesmo, um sósia.

Sósia que virou meu sócio,
agora ele sonha em fazer negócio;
Saiu do mundo em que as ideias fluíam;
Foi morar no mundo em que os ricos riam.

Mas é um riso sem graça.
A garça sabe muito bem disto.
Embora ela só goste de piraíbas mortas,
mesmo morando no mar.

É noite.
E meus filhos chamados medo
ainda em profundo desespero
ainda não cresceram.

Aprendi com vovô.
Este velho de rugas experniadas,
viveu tanto à custa dos democratas
que preferiu viver sem dó.

Ele soube que o mundo é cruel.
E descobriu isso em um papel,
endereçado ao quartel
que planejava mandar céu.

Este céu, com tanta vista empoeirada,
não foi fácil encontrar.
Este céu, com tantas portas abertas,
não foi difícil de achar.


domingo, 21 de abril de 2013

Luto

Depois de um sono longo,
o encontro veio a mim.
De tolos e tontos ventos,
estes ainda refrescam os pensamentos vis.

A marcha ré da vida engatou por mera ocasião,
e fez da estrada nua
uma simples rua,
inerte,
como todo o rosto da lua.

É o luto.
Este contra eu luto
com todos os nomes sujos
desde Tales até os males dos atuais tempos curtos.

Eu luto contra o meu luto.
E vejo, como o relevo dos muros,
uma brecha, e dentro deste brecha,
uma mecha, e dentro desta mecha
todos os átomos do estudo.

Entranto, não é tudo.
A estrada em que o mudo mundo se arrasta
não é de asfalto, e sim de cascalho;
cheio de  pedras e relevos relevantes
e, certas vezes, irrelevantes.

É uma estrada de buracos,
preenchido, no maior das vezes,
com águas de olhos chorados
caidos sem razões, mas com todos os fatos consumados.

É a mecha.
que meche depois do muro
e transforma, lá no submundo,
todos os homens e seus escravos.

Não seria Eu um mero escravo?
dos montes de montes que te obrigam a subir
também te obrigam a descer...

Não seria Você um mero homem?
Que acha que renoma os outros nomes
e os enfiltra no submundo depois do muro
e os dizem que não devem, na verdade,
não conseguem  chegar.

Meu corpo luta contra o luto.
E eu também.

sexta-feira, 6 de julho de 2012

Pêra

Péra pêra...
Ainda não provei o seu sabor
Ainda não vi a sua flor
Seu pé não pedalou o pedal
Pois ficou enraizado com o normal

Casca solta..
é a idade, a saudade e a vaidade
de se parecer madura
como a fruta dos teus cachos
encaracolados no alto

É a vida...
que não amadurece tão cedo...

E eu, já com os meus enormes cabelos
esqueci do que é idade
esqueci do que é saudade
não lembro do gosto da mordida com vontade...

Apenas o caule
que firme e forte
dura com o duro da sua morte
pois vida não há mais
o marrom fala, com essa cor que traz...

Mas não há mais...
Acho que cresci cedo demais
pra querer o que quero
de acordo com a minha idade
ou com a realidade...

A pêra esperou
e descobriu que a flor
que foi o seu começo
ainda nem brotou...





domingo, 15 de abril de 2012

Assim mil nascem, assim mil morrem.

Enfartado,  acordo em uma sala branca com fios entre minha mente
Uma multidão de seres humanos em volta de mim
Tanta gente reunida assim, só no meu nascimento
Momento esse que ainda me lembro
Como se fosse ontem...
Como se fosse amanhã...
Das desvairadas manhãs
Onde o sol não nasceu
Pois ele se esqueceu
Que o dia precisava
De um monte de noitadas
Para esquecer das coitadas
Que choram olhando para sua lua
Que ainda brilha sem frescura
E não faz mais perguntas
Sobre sua origem nua
Pois mal sabia ela
Que depois de perder a memoria
Perdeu suas roupas sujas
E ainda continua desnuda
Como as idéias mudas
Que não causam efeitos
Que não ferem os defeitos
Apenas os explicam
Sem solução..
Sem a sua lição..
Que desde pequeno aprendi
Das palmadas que da vida senti
Depois de dizer que ela é injusta
Que seus caminhos não me ajustam
E nem se ajusta ao meu corpo
Reclamando do pouco que ganho
E esquecendo do muito que não vejo
Percebo que toda essa gente
Que aqui ainda prevejo
Esta somente pra comemorar
A pergunta que não quer falar
O por que de tanta gente
Reunida na minha frente
Com os olhos de semente
Que não cresce
E que mente
Se questionando
"Donde veio esse guri
Que ainda oia pra gente?"
E assim nasci
E assim morri
Como um moleque de cabelos de nuvem
Que ainda enxerga a ferrugem
Dos dentes dessa gente
Que sem medo e um sorriso contente
Vai me alimentar
Me limpar
E ainda por cima, com todos os esfôrços
Contradições, e correnteza dos pólos
Me cuidar, com um simples e gostoso
Colo.

Idiota


E da onde vem todos os seus conceitos?
Por acaso, a vida, a ordem, e a conduta
Lhe deram todos esses direitos?

Você pensou nos outros deveres
Aqueles, que de certo modo
Lhe deu os confiantes votos
E lhe mostrou os seus deveres?

Vergonha...
Seu Abutre de intenções
Misturados com seus novos padrões
Perduraram por inutilidade
Nas vidas desses peões...

Talvez, não tenha tantas idéias...
Os motivos de preocupações
Conseguiram, como os tufões
Levar pra longe todos mil perdões
E assim, falsificar sua consciência

Mostrar o tudo não é tarde agora...
As visões dos falsos sociais
Imitam a realidade fultura
E conseguem, sem muita pertubação ou frescura
Acalentar as mentes conjuntas...

Pensa como todos
Eles são uma parte de você
Espelham suas ações
Espetam suas esperanças
E morrem, reclamando desse largo mundo.

sexta-feira, 3 de fevereiro de 2012

Último começo

Mania de enjoar da navalha
Essa, que corta o meu trabalho de viver
corta, desfaz, serra
sim, serra..
penetra no mais alto lumbre da sarjeta
e não me deixa ver o que tem lá em cima...

quero ver..
quero ver o que tem em cima da geladeira
quero ver o que existe em cima da casa
que enxergar o está dentro do armário escuro
quero beber leite com manga
que morrer vivendo..

ora...
estou disposto a encarar você de olhos fechados?
não tenho medo ( já tive) da tua face de merda embestalhada
da tuas mãos frias enciumadas
e dos teus dentes de gota seca da chuva da semana sagrada

ó fé..
não existe fé nas tangentes do meu sepulcro
não há olhar dentro dos meus músculos
que fracos estão a adoçar o mais azedo e amargo limão da alma
Não existe a existencia
intrínseca sonhadora que coloca seus sonhos em uma emcubadora
e faz nascer
e faz viver
e obriga a toda essa gente a criar suas filhas
onde elas acordam, amam, beijam, peidam,
enfiam o dedo indicador ao orifício nasal empoeirado

mas, me desculpem..
as minhas desculpas não são sinceras
não mexo a muito tempo nessa merda
que suja toda a mancha da minha casca.
Mas já estou fora da casca...
então por que eu ainda a limpo?
não há doses de alcool que desinfetem minha vida
não matam os germes que me rodeiam e falam do meu nome em silencio
dizem os meus nomes em silencio
calam as bocas com comida fria
comida essa que não é digerida
sai da boca
vomita da boca
e todo mundo engole.

ó gente de verdades minuciosas
vocês estão certos!
eu não existo sem a existencia!
excelentíssimo  seres de meia tigela!

calo-me
e digo tudo calado
eu grito calado
me impessoalizo calado
a mosca que esta do meu lado é calada
as teclas que meus dedos transam são caladas
a tela em minha frente que me atura é calada
a cadeira que me sustenta é calada
a verdade que sai da minha boca é calada
então, por que grito com todos vocês?

talvez, um dia de mensagens cheio de palavras inúteis chegou a vossa porta
e disse:
bem vindo caro tolo que caiu em minha armadilha!
e eu estava em casa..
dentro de mim.