segunda-feira, 30 de maio de 2011

Ingrata

Não a convicção na realidade
A triste e amargurada idealizadora de tudo
Como bons representantes da verdade
Tentam esclarecer o árduo mundo.


Procurar o nascer da paisagem
Não, o negro já embrulhou de presente
Serve apenas como enfeite
Ingênua vida, o que te abriga tanto sonho?


Como posso confiar em ti,
se nem ao menos me acompanha?
Como posso julga-la ao meu favor,.
se está contra mim?


Oh! incrédula e sistemática ineficiência
Tão bela é a sua pratica
Tão inútil sua prevalência...


Não és fiel ao partir
Foge com tanto prazer de fingir
Que acaba esquecendo de nascer
Mortal é tua fuga.


Já o cego da razão --o que olhos de águia guia--
Enxerga só o que não vê
E mexe com os outros
e percebe, sem o menor interesse
Que o medo de não ter medo, não existe mais.


Oh vida...Já é meia noite clara
E como côrte, desejo-te o nada
É o que merece por ser abstrata
Tão imbecil na madrugada.


Edelvan Menezes

terça-feira, 24 de maio de 2011

Manhã

O sonho
é
mendonho

O pesadelo
é
exagero

Acordar
é
só o começo
Edelvan Menezes

Quarta Dimensão

Com o que vivo se não fosse pelo nada?
Talvez não tenhamos a sorte de saber tudo
Mais seria uma azar descobri o mundo
E ao mesmo tempo, sonhar um conto de fadas.

Mais as fadas são safadas
Brilham em um ar sensual de vadias
Chamam e derrubam a calmaria
Então, não cheguem perto de fadas.

Como posso viver sem o nada?
A esperança rima com as lembranças
E quando menos esperamos navio afundar
Ele voua

O universo está cheio de falhas
Pisando em restos de migalhas de vidro
Que quebraram como ossos iludidos
Descobri que também sou um universo

Quando uma mera quimera entoar dentro de casa
Chegara a hora da chegada
Ela pisa, no mais leve chumbo de absurdo
Meu deus, será o fim de tudo?

O mundo é tão seco comparado a meu pensar
Então pensem, olhem o mundo de outras bocas
Vivam o mundo como nunca quiseram
Comam o mundo, pois ele já vai azedar.

Nossos prazos de validade já venceram
Só servimos para dar dor aos outros
Já que não nos lêem como deviam
Queremos de nada mais um pouco.

O sentido da coisa se repete
Para onde irei jogar a minha prece?
No muro que não se quebra facilmente?
Não, é mais fácil jogar nesse poema indecente.


Edelvan Menezes

Memórias de um balanço

As tardes de prazer que eu vivia
Eram todas com o teu ser
Os beijos e abraços
Me deixavam no mais puro desejo e querer.


As mensagens de pertubações que trocamos
Brigas por nada...Ah, eu amo
Como eu, um ser tão mesquinho
Podia dar e receber tanto carinho?


A sua casa era um encontro de amor
Seu colo, o lugar de minha calmaria
O teu cheiro, a viajem da minha vida
Minhas mãos sentindo sua pele macia.


As horas calados, sem nenhum hiato
Eram conversas infinitas entre almas
Comunicações de sensações calmas
Nossas bocas completavam o que faltava.


Eu pulava minhas horas à cada dia
Pois no fins de cada noite ida
Sua voz, acalmava sua partida
E assim, o ciclo indefinido se fazia.
Edelvan Menezes

sábado, 21 de maio de 2011

Casa Própria

Por sorte, percebi o começo da morte
Os ventos nem ousaram me avisar
Os trairas estão fortes
comecei um novo fim


Pecado do amor falido
o paraíso mora em mim
o inferno é meu vizinho
e mora distante daqui


Casas de rubis pobres
elas não valem mais nada
pois os jardins estão em desordem
e a agua, de tão suja é potável


viver perto de você e tão distante
agora eu, de tão calado explodi meus versos
e confesso, foi bom o bastante
para eu ficar mal e angustiante


não queria que o sim dissesse não
mais os dois não cabem na mesma partícula
que além de estarem em suas mãos
estão apertados, é bom os limitar


A presença implora a sua ausência
partindo de um tempo desconexo
levanto, e penso no silencio do eco
a lua ja ficou quadrada de tanto ficar redonda


Então me diga, aonde morar?
agora que já fui expulso para dentro de mim
e sem manifestar qualquer lugar
escolheu logo o canto esquerdo dentro de ti


minha coragem é medrosa o bastante para me enfrentar
então é muito melhor eu ficar no lugar
e esperar essa briga de titãs passar
para ai sim, eu começar a me ajudar


logo meu inquilino me pergunta desengonçado
quem estava nessa casa ao lado do do pulmão esquerdo?
e falo com todo gosto de maçã
era uma moça
que não enxerga mais o que criou
ao me ver passar.
Edelvan  Menezes

terça-feira, 17 de maio de 2011

Sina

Descobri o passado do presente
Ele sem defesa, se defendeu
Falando que o culpado esta no futuro
Besteira, é o passado que mente.


O passado sempre mente.
Ele não gosta do presente
Tem inveja do presente
E põe sempre a culpa no futuro.


O futuro nada pode falar,
Ele nem está aqui
Nem sabemos se ele vem
ou morrei ali...


O presente fica inseguro
Com um passado que mente
E um futuro sem rumo.


Mas o futuro chegou
Tomou a vaga do presente
Deixou o passado para traz.


O futuro agora, é outro...
É calmo, recauchutado
Ele vive, ele existe
Mas ele não está mudado,
Ainda continua inseguro e triste.


O presente...ele sim mudou
É frio, serio, estranho
Vive em seu recanto
É chora
Agora ele é humano.


Incrédulo, persistente, mentiroso
Faz tramóias, vira a boca, faz o jogo
Ele agora é humano
Não é mais "inseguro"
É humano


O passado morreu
Mas ninguém enterra
Apodrece sem fedor
Se desbota 
sem perder a cor.
Edelvan Menezes

domingo, 1 de maio de 2011

Desabafo

Não sou poeta
Sou apenas um canalha de alma perdida
Fazendo versos com poucas rimas
Para à pessoa que inutilmente o interpreta


Não sou poeta
Sou apenas um vagabundo sem motivo
Falando merda, escrevendo o que digo
Um homem vazio, como duras e fechadas pedras


Eu apenas escravizo os sufixos de minhas rimas
Mas elas rebelam-se
Fazendo o que querem da minha vida


Mas lhe aviso, não sou poeta
Sou apenas um morador da minha fisiologia
Degradando e se aproveitando das minhas feridas
Comunicando ao ninguém a minha mente nada aberta


Sou fechado para mim
Defeito de criança, genética sem lembrança
Onde aceito tudo que não é meu
Vivendo num paradoxo pior que de um ateu


Mas, será que é pedir demais?
Não sou poeta, e nunca escreverei pensando
Na forma, na obra e na estrutura dessa poesia
Além do mais
Não ligo pra essa vadia em forma de letras
Edelvan Menezes