sexta-feira, 6 de julho de 2012

Pêra

Péra pêra...
Ainda não provei o seu sabor
Ainda não vi a sua flor
Seu pé não pedalou o pedal
Pois ficou enraizado com o normal

Casca solta..
é a idade, a saudade e a vaidade
de se parecer madura
como a fruta dos teus cachos
encaracolados no alto

É a vida...
que não amadurece tão cedo...

E eu, já com os meus enormes cabelos
esqueci do que é idade
esqueci do que é saudade
não lembro do gosto da mordida com vontade...

Apenas o caule
que firme e forte
dura com o duro da sua morte
pois vida não há mais
o marrom fala, com essa cor que traz...

Mas não há mais...
Acho que cresci cedo demais
pra querer o que quero
de acordo com a minha idade
ou com a realidade...

A pêra esperou
e descobriu que a flor
que foi o seu começo
ainda nem brotou...





domingo, 15 de abril de 2012

Assim mil nascem, assim mil morrem.

Enfartado,  acordo em uma sala branca com fios entre minha mente
Uma multidão de seres humanos em volta de mim
Tanta gente reunida assim, só no meu nascimento
Momento esse que ainda me lembro
Como se fosse ontem...
Como se fosse amanhã...
Das desvairadas manhãs
Onde o sol não nasceu
Pois ele se esqueceu
Que o dia precisava
De um monte de noitadas
Para esquecer das coitadas
Que choram olhando para sua lua
Que ainda brilha sem frescura
E não faz mais perguntas
Sobre sua origem nua
Pois mal sabia ela
Que depois de perder a memoria
Perdeu suas roupas sujas
E ainda continua desnuda
Como as idéias mudas
Que não causam efeitos
Que não ferem os defeitos
Apenas os explicam
Sem solução..
Sem a sua lição..
Que desde pequeno aprendi
Das palmadas que da vida senti
Depois de dizer que ela é injusta
Que seus caminhos não me ajustam
E nem se ajusta ao meu corpo
Reclamando do pouco que ganho
E esquecendo do muito que não vejo
Percebo que toda essa gente
Que aqui ainda prevejo
Esta somente pra comemorar
A pergunta que não quer falar
O por que de tanta gente
Reunida na minha frente
Com os olhos de semente
Que não cresce
E que mente
Se questionando
"Donde veio esse guri
Que ainda oia pra gente?"
E assim nasci
E assim morri
Como um moleque de cabelos de nuvem
Que ainda enxerga a ferrugem
Dos dentes dessa gente
Que sem medo e um sorriso contente
Vai me alimentar
Me limpar
E ainda por cima, com todos os esfôrços
Contradições, e correnteza dos pólos
Me cuidar, com um simples e gostoso
Colo.

Idiota


E da onde vem todos os seus conceitos?
Por acaso, a vida, a ordem, e a conduta
Lhe deram todos esses direitos?

Você pensou nos outros deveres
Aqueles, que de certo modo
Lhe deu os confiantes votos
E lhe mostrou os seus deveres?

Vergonha...
Seu Abutre de intenções
Misturados com seus novos padrões
Perduraram por inutilidade
Nas vidas desses peões...

Talvez, não tenha tantas idéias...
Os motivos de preocupações
Conseguiram, como os tufões
Levar pra longe todos mil perdões
E assim, falsificar sua consciência

Mostrar o tudo não é tarde agora...
As visões dos falsos sociais
Imitam a realidade fultura
E conseguem, sem muita pertubação ou frescura
Acalentar as mentes conjuntas...

Pensa como todos
Eles são uma parte de você
Espelham suas ações
Espetam suas esperanças
E morrem, reclamando desse largo mundo.

sexta-feira, 3 de fevereiro de 2012

Último começo

Mania de enjoar da navalha
Essa, que corta o meu trabalho de viver
corta, desfaz, serra
sim, serra..
penetra no mais alto lumbre da sarjeta
e não me deixa ver o que tem lá em cima...

quero ver..
quero ver o que tem em cima da geladeira
quero ver o que existe em cima da casa
que enxergar o está dentro do armário escuro
quero beber leite com manga
que morrer vivendo..

ora...
estou disposto a encarar você de olhos fechados?
não tenho medo ( já tive) da tua face de merda embestalhada
da tuas mãos frias enciumadas
e dos teus dentes de gota seca da chuva da semana sagrada

ó fé..
não existe fé nas tangentes do meu sepulcro
não há olhar dentro dos meus músculos
que fracos estão a adoçar o mais azedo e amargo limão da alma
Não existe a existencia
intrínseca sonhadora que coloca seus sonhos em uma emcubadora
e faz nascer
e faz viver
e obriga a toda essa gente a criar suas filhas
onde elas acordam, amam, beijam, peidam,
enfiam o dedo indicador ao orifício nasal empoeirado

mas, me desculpem..
as minhas desculpas não são sinceras
não mexo a muito tempo nessa merda
que suja toda a mancha da minha casca.
Mas já estou fora da casca...
então por que eu ainda a limpo?
não há doses de alcool que desinfetem minha vida
não matam os germes que me rodeiam e falam do meu nome em silencio
dizem os meus nomes em silencio
calam as bocas com comida fria
comida essa que não é digerida
sai da boca
vomita da boca
e todo mundo engole.

ó gente de verdades minuciosas
vocês estão certos!
eu não existo sem a existencia!
excelentíssimo  seres de meia tigela!

calo-me
e digo tudo calado
eu grito calado
me impessoalizo calado
a mosca que esta do meu lado é calada
as teclas que meus dedos transam são caladas
a tela em minha frente que me atura é calada
a cadeira que me sustenta é calada
a verdade que sai da minha boca é calada
então, por que grito com todos vocês?

talvez, um dia de mensagens cheio de palavras inúteis chegou a vossa porta
e disse:
bem vindo caro tolo que caiu em minha armadilha!
e eu estava em casa..
dentro de mim.