sábado, 3 de setembro de 2011

Cômico do crônico

Aos 12 anos me levaram ao doutor
Com suspeitas de uma forte enfermidade
O medico logo anunciou
Eu era um poeta de verdade

O prognóstico causou receio
Eu via rimas, letras, desejos
A minha maria só chorava
E com as águas, meu verso entoava

De crises em crises, minha família aceitou
E eu, indefeso por não saber o que passava
Escrevia trovas, sonetos e recitadas
E ao longo do tempo, meu caráter encapotou

A minha casa de quatro paredes não era quadrada
E observava bem essas formas abstratas
Fazia da luz uma palavra
Fazia de tudo, um simplesmente recanto do nada

Aos 18 anos resolvi me tratar
Tomava pilulas de dignidade
Me viciei em tanto pensar
E minha alma, mal saia do lugar

Me tornei um vagabundo
A fazer poemas nesse largo mundo
Sendo um humano verdadeiro, sem escrúpulos
Fiquei conhecido como o poeta do mundo

Edelvan Menezes

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